terça-feira, 20 de maio de 2008

Pesquisa feita no cochrane.

Cirurgia para obesidade mórbida
Colquitt J, Clegg A, Sidhu M, Royle P
Esta revisão deve ser citada como: Colquitt J, Clegg A, Sidhu M, Royle P. Cirurgia para obesidade mórbida (Cochrane Review). In: Resumos de Revis�es Sistem�ticas em Portugu�s, Issue 4, 2007. Oxford: Update Software.

Resumo
Objetivos
Avaliar os efeitos da cirurgia para obesidade mórbida no peso, nas co-morbidades e na qualidade de vida.
Antecedentes
A obesidade está associada a aumento da morbidade e da mortalidade. Pode-se considerar a cirurgia para essa doença quando há falha dos tratamentos convencionais. Há vários procedimentos disponíveis para essa cirurgia, mas ainda não se tem certeza sobre os efeitos da intervenção quando esses procedimentos são comparados com o tratamento clínico ou entre si.
Estratégia de pesquisa
The Cochrane Controlled Trials Register (issue 4, 2001), Medline (SilverPlatter) até 2001, PubMed (Internet) 01/01/01-19/10/01, Embase (SilverPlatter) até 09/2001, PsychINFO até 10/2001, CINAHL (SilverPlatter) até 07/2001, Science and Social Sciences Citation Index até 10/12001, British Nursing Index até 07/2001, Web of Science Proceedings até 06/2001, BIOSIS até 10/2001, AMED até 07/2001, National Research Register (issue 2, 2001), referências dos artigos importantes, busca manual de periódicos relevantes e contato com especialistas. Data da última busca: outubro/2001.
Critério de seleção
Ensaios controlados randomizados que compararam procedimentos cirúrgicos diferentes e ensaios controlados randomizados ou não randomizados que compararam cirurgia com tratamento não cirúrgico para pessoas com obesidade mórbida.
Recompilação e análise de dados
Um revisor extraiu os dados, que foram verificados independentemente por dois revisores. Dois revisores avaliaram a qualidade dos estudos também de modo independente.
Resultados principais
Foram incluídos 18 estudos com 1891 pessoas. um ensaio controlado randomizado e um ensaio controlado não-randomizado compararam cirurgia com tratamento não cirúrgico, e 11 ensaios controlados randomizados compararam procedimentos cirúrgicos diferentes. A qualidade geral dos estudos foi variável, e apenas um estudo tinha ocultação da alocação adequada. Não foi possível a realização de metanálise devido a diferenças nos procedimentos cirúrgicos, nas medidas de alteração de peso e na duração do seguimento. Comparada com o tratamento convencional, a cirurgia levou a perda de peso maior (23-28 kg perdidos a mais, em dois anos) e apresentou melhora da qualidade de vida e das co-morbidades. Ocorreram algumas complicações da cirurgia, como infecção da ferida cirúrgica. O bypass gástrico associou-se a maior perda de peso e a menos revisões da cirurgia, reoperações e/ou conversões do que a gastroplastia, mas causou mais efeitos colaterais. A banda gástrica ajustada relacionou-se a perda de peso maior, a menos efeitos colaterais e a menos reoperações do que a gastroplastia vertical com banda, que, por sua vez, associou-se a perda de peso maior, mas a mais vômitos, do que a gastroplastia horizontal. Os estudos relataram algumas mortes no pós-operatório. A perda de peso foi semelhante entre as cirurgias abertas e as laparoscópicas. A cirurgia laparoscópica associou-se a maior tempo de cirurgia, mas levou a menos complicações graves, a menos perda de sangue, a uma proporção menor de pacientes que necessitaram de internação em UTI, a um tempo menor de permanência no hospital e a menos dias para o retorno do paciente às atividade diárias e ao trabalho.
Conclusões dos revisores
As poucas evidências disponíveis sugerem que a cirurgia é mais efetiva do que o tratamento convencional para perda de peso na obesidade mórbida. Não está clara a segurança e a efetividade dos diferentes procedimentos cirúrgicos quando comparados entre si.

Nenhum comentário: